sexta-feira, 11 de junho de 2010

Contaminação

Esses dias comecei a escrever um texto e simplesmente parei na primeira frase. Uma dúvida enorme me bateu. Esse pensamento era meu ou era uma lembrança de outro texto?Eu parei por pensar estar prestes a plagiar Caio Fernando. Que ridículo!Eu tive que jogar a frase no Google!Eu estava contaminada pelas palavras desse cara e sem querer estava sentindo toda aquela melancolia e tristeza que era dele e não minha!
O problema de algum vício está justamente aí! Você passa a ser a junção de outras coisas que talvez não sejam você. Não é porque você se identificou em algum momento que aquilo vai te confortar – servindo para pessoas também. Legião Urbana! Gosto interminavelmente da banda, mas por consciência própria do meu bem-estar dei uma trégua de Renato Russo na minha vida. Eu não consigo não me envolver ao ler, ao ouvir uma música. E esses gênios que eu aprecio são íntimos da dor. Óbvio que parte de mim é assim pra que eu tenha tanta afeição, mas esse é um lado que não deve ser provocado.
Algumas faces de nós não merecem ser manifestadas com freqüência. E grande parte do que determina essa freqüência é mera conseqüência do contato ao que você se submete. Sem querer dar uma de “o segredo” por aqui, mas somos seres fortemente influenciáveis. Conscientemente ou não levamos em conta até aquela piada feita sobre você que supostamente não te afetou. Damos credibilidade ao externo e externamos nossa fragilidade aceitando tantas opiniões, pensamentos, conselhos.
Muita coisa vai continuar a mesma, com exceção da conclusão momentânea de que não estou apta a nada com muito romantismo, drama, dores e Caio Fernando Abreu.
E a frase do outro texto era minha mesmo!

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