sábado, 12 de fevereiro de 2011

ressonância*

Sem claridade. Sem escuridão. Claramente no ar a ideia do instante. Instantâneo talvez. Obscura as intenções reais de um dos lados de tudo. Um desânimo quase pairava quando a realidade batia. Mas não capaz de ultrapassar as batidas de Strokes na caixa de som. A luz azul que contorna o botão do monitor desligado do computador parecia estrategicamente posicionada pra contornar só o que me importava então. E tudo de mim estava tão pateticamente feliz que se esquecera do “quanto dramaticamente frustrado” que se seguiria. Justamente por não seguir. Justamente por saber que não, e esquecer. E numa gratificante ciência de que mesmo assim consegue se esquecer do que uma vez não deveria, se deixa tomar pela brevidade da melancolia mentirosa de um sentimento perfeitamente inventado. Mas que funciona! E numa eternidade efêmera de contradições sobre esquecimentos que camufla um sentimento ridiculamente cheio de primeiras intenções, e só. Esse mesmo que eu faço questão de esquecer episodicamente só pra apreciar uma combinação harmoniosa, que de vez em quando habita o imaginário que consegue existir no meu mundo.



*ressonância : Em física, ressonância é a tendência de um sistema a oscilar em máxima amplitude em certas frequências.Nessas frequências, até mesmo forças periódicas pequenas podem produzir vibrações de grande amplitude.Sistemas ressonantes podem ser usados para gerar vibrações de uma frequência específica, ou para obter frequências específicas de uma vibração complexa contendo muitas frequências.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

tudo bem

Como se desse pra lembrar das incríveis coisas que só você mesmo aprecia ao pensar antes de dormir, a gente se deixa levar.Na esperança, e numa certeza sem base alguma de que tudo possa se repetir, da mesma forma. Mesmas palavras, mesmas construções, ordens, rimas. Obviamente longe de se considerar talentosa na arte de escrever. Não dá pra deixar ideia fugir. Não dá pra deixar oportunidade fugir!
A implicação só está na hora de detectar oportunidades. Podem ser furadas, apenas. Às vezes nada se extrai. Às vezes o que se extrai não era da sua conta, simples assim.Obviamente longe de se considerar talentosa na arte de amar.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

...inspiração amorosa

Um “Q” de melancolia acontece quando se resolve esperar a inspiração. Por simplesmente associar inspiração à fossa. É como se “esperássemos” aquela dor chegar só pra poder descarregar um suposto talento no papel. Acaba saindo sempre uma discussão egoísta, uma análise, uma reclamação sei lá e geralmente baseada numa decepção.Amorosa.

Não sinto dor alguma ao escrever isso,talvez porque a inspiração não está lá aflorada, mas não deixa de ser por decepção. Pela própria inspiração. A inspiração amorosa.

Não sei como definir uma inspiração amorosa de uma forma que faça sentido pra você e pra mim ao mesmo tempo. Mas eu queria que a sua definição fosse a mesma que a minha. E essa é minha inspiração amorosa! Estar sempre esperando um amor em tudo que faço. Uma compatibilidade de desejos. Como se só tivesse sentido porque um dia esse alguém que eu nem conheço vai existir. Por qualquer atitude casual. Seja por muito ou pouco tempo.

Contudo, a inspiração amorosa é injusta!E justamente porque ela beira a utopia, quase te levando ao posto de 'sonhadora'.E não que seja ruim, mas fragiliza tudo.É aquela história de deixar o coração agir...e sabemos o resto.Mas uma parte de nós[mim] adora se sentir assim. E mesmo sabendo que empilhamos desvantagens insistimos.Nós temos esperança. E a gente não liga se vai ser pra sempre, só quer que aconteça. A disposição pra isso elimina até o medo de sofrer. Quem liga? Que doa depois, mas que exista! E se repita.Pode ser?
Sabe, sem pressa, mas que chegue.E dê sentido à toda essa inspiração.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

voltando a me entender

Viver tem sido como estudar matemática. Não adianta você ver as contas que já fez e ler os teoremas. Quem dera decorar formulas também resolvesse. A gente tem que praticar, fazer e refazer, aplicar a novas situações e simplesmente pegar o jeito.
No meu caso mais do que o jeito eu preciso pegar um lápis e colocar tudo no papel. Escrever é como ver a mudança.Todo mundo deveria transformar pensamentos em papeis e documentar as coisas. Documentar é ter coragem e é concretizar a verdade do agora, por mais que ela morra logo depois. Algo como se permitir mudar de ideia e opinião.Uma revolução de si esperando pra ser notada, entende?

Escrever é organizar a bagunça mais bagunçada da sua mente, só pra você se entender.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

reafirmando mentiras

Sabe quando você se pega dizendo determinadas coisas com certa freqüência? Reafirmações! O que nada mais é do que uma idéia para se auto-convencer. A gente vive querendo se enganar. Buscar um milhão de alternativas e hipóteses para tudo que acontece é normal. Pedir conselhos aos amigos e aumentar o estoque de probabilidades mais ainda. Mas seremos sinceros, sempre temos nossa teoria pré-definida, e embora reafirmemos o oposto tendemos a ela. Então pra que inventar tanta coisa se acabamos justamente no começo?
A tendência verdadeira deve ser se iludir e só. Tentar acreditar que pode ser de outras formas, por simplesmente ser melhor. Quem fala demais não só deixa de fazer como também faz o contrário. Toda essa disposição atual para escrever de amor e relacionamentos como se fosse fácil é só como eu também gostaria que fosse, entende? Falar que “vai esquecer”, que “vai mudar”, que “vai parar de acreditar tanto” são só reafirmações.Quem vai pular da sacada não avisa ninguém antes.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

se ri[a]masse

rima comigo?
ri mais comigo?
como amigo
ame, não ligo

me entretenha
entre e me tenha
seja sucinta
só sinta

como quiser
quis ser
rimar
rir e amar

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

só o que é meu

quis falar do escritor que plantou um pé de feijão mágico, que cresceu muito e quando ia subi-lo para o castelo nas nuvens, foi detido por violar direitos autorais...mas aí seria duplo processo!