sábado, 12 de fevereiro de 2011

ressonância*

Sem claridade. Sem escuridão. Claramente no ar a ideia do instante. Instantâneo talvez. Obscura as intenções reais de um dos lados de tudo. Um desânimo quase pairava quando a realidade batia. Mas não capaz de ultrapassar as batidas de Strokes na caixa de som. A luz azul que contorna o botão do monitor desligado do computador parecia estrategicamente posicionada pra contornar só o que me importava então. E tudo de mim estava tão pateticamente feliz que se esquecera do “quanto dramaticamente frustrado” que se seguiria. Justamente por não seguir. Justamente por saber que não, e esquecer. E numa gratificante ciência de que mesmo assim consegue se esquecer do que uma vez não deveria, se deixa tomar pela brevidade da melancolia mentirosa de um sentimento perfeitamente inventado. Mas que funciona! E numa eternidade efêmera de contradições sobre esquecimentos que camufla um sentimento ridiculamente cheio de primeiras intenções, e só. Esse mesmo que eu faço questão de esquecer episodicamente só pra apreciar uma combinação harmoniosa, que de vez em quando habita o imaginário que consegue existir no meu mundo.



*ressonância : Em física, ressonância é a tendência de um sistema a oscilar em máxima amplitude em certas frequências.Nessas frequências, até mesmo forças periódicas pequenas podem produzir vibrações de grande amplitude.Sistemas ressonantes podem ser usados para gerar vibrações de uma frequência específica, ou para obter frequências específicas de uma vibração complexa contendo muitas frequências.


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